A morte
Do vazio não o vejo, nem me vejo,
não vou adiante, não sigo, não sou ninguém.
Da noite, meu espírito retorna a seu lar,
perfura seus sonhos mais negros,
infiltra medo e ódio.
A vida não me traz nada além de
raiva de mim mesmo, não me traz
nada fulgurante do fogo verdadeiro
das larvas do inferno.
Algo se mexe, não é meu coração,
pois não há nada além de mágoa.
Me encontro perdido no meio das trevas.
A você não resta nada, a não ser seguir,
eu não me movo, mas você tem o livre-arbítrio,
ao qual eu reneguei, e desta vida não tenho mais.
A morte me traz a vida da que nunca tive,
a solidão me alimenta do sangue mais frio
visto além da Terra e de qualquer outra dimensão.
Profundo me encontro, e daqui não vou sair,
cabe a você sair, e me deixar lamentando
e ardendo no fogo em que estou agora e sempre.