quinta-feira, 21 de agosto de 2008


A morte

Do vazio não o vejo, nem me vejo,

não vou adiante, não sigo, não sou ninguém.

Da noite, meu espírito retorna a seu lar,

perfura seus sonhos mais negros,

infiltra medo e ódio.

A vida não me traz nada além de

raiva de mim mesmo, não me traz

nada fulgurante do fogo verdadeiro

das larvas do inferno.

Algo se mexe, não é meu coração,

pois não há nada além de mágoa.

Me encontro perdido no meio das trevas.

A você não resta nada, a não ser seguir,

eu não me movo, mas você tem o livre-arbítrio,

ao qual eu reneguei, e desta vida não tenho mais.

A morte me traz a vida da que nunca tive,

a solidão me alimenta do sangue mais frio

visto além da Terra e de qualquer outra dimensão.

Profundo me encontro, e daqui não vou sair,

cabe a você sair, e me deixar lamentando

e ardendo no fogo em que estou agora e sempre.