terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Uma Lacuna...


Entrei em mim procurando uma palavra, uma palavra que pudesse transcrever o meu pensamento, mas vejo tudo como páginas esvoaçantes na minha mente, estão numa escuridão, e elas vem e vão, e de repente muitas palavras surgem, como um texto pronto, mas eu quero só uma, uma me saciaria...
E agora vejo imagens, de casas, paisagens,
praias, uma imensidão, ainda assim eu busco apenas uma palavra, escuto uma música lá no fundo e não é de nenhum cantor que eu me lembre, só escuto uma sinfonia, um piano, um sussurro bem suave.. e nada.
Me faltam palavras pra descrever o agora..
Fecho os olhos e me concentro profundamente na música que está bem ali ao meu alcance, e ela se intensifica ao mesmo tempo que eu a identifico aos poucos, E ela me faz lembrar um balé, com passos leves e saltitantes de uma bailarina ao longo do tablado, seu sorriso tranquilo, a dança, tudo com sincronia, parece até levitar.. mas voltando ao começo..
A palavra....


Minha inspiração está perdida...
deve ter dado um passeio, assim como os ratos que saem à forra em busca de restos de comida, ela deve ter ido buscar algum tipo de energia, algum combustível, fora de mim... Sinto uma angústia queria estar sentindo alguma coisa de fato, queria expressar alguma coisa, qualquer que seja, e o que me vem é o vazio... vazio... Taí, a palavra, é a que eu estava procurando... Me sinto vaga hoje, me sinto completamente no vácuo, idéias vazias, mente vazia, sensação incompleta... Estou sentindo falta de algo.. um pedaço de mim talvez tenha ido com a chuva de todos esses dias, limpou minha alma, e tirou um pedaço, justo esse pedaço que eu precisava para colocar aqui.. Enquanto muitos escrevem tolices, fatos, realidades, romances.. Eu, nada....

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Solidão em Avon - CO [EUA]


Estou numa ilha como no filme O Naufrágo.
Ilhada num país desconhecido, numa cidade semi-deserta,

com pessoas estranhas que estão de frente somente para seus reflexos.

Estou numa cama longe de todos, daqui só escuto palavras e comentários,
nada que me interessa, nem me atraio para perto delas.
Hoje sou como um ímã "estragado" que não atrai, só repulsa,
empurra esses reflexos para longe. Ainda assim prefiro ficar sentada na minha ilha, escrevendo em meu caderno, ouvindo música, esperando o tempo passar, e admirando a mesma paisagem que não muda e nunca vai mudar em minha janela. Não mudará nesse meio tempo que eu espero as coisas acontecerem.
Eu me encontro despejando todos os meus sentimentos em um caderno,
em uma folha em branca e que logo é preenchida com possíveis amarguras e tristezas.

Aí me lembrei de uma música que diz algo mais ou menos assim:
Os melhores sambas são escritos na maior tristeza do sambista. No meu caso, os meus melhores textos são escritos quando lágrimas estão trabalhando para cair como uma bica aberta fracamente.

Minha solidão e tristeza se desfazem em letras.
E talvez eu mesma esteja formando um oceano ao meu redor. Me afastando das pessoas para ficar só com minhas emoções. Ainda assim prefiro ficar no meu vazio, trocar a vodka e uns risos a mais por uma simples consciência.

Avon-CO [03/01/2009]

...It was just loneliness...